O Que Me Resta Agora

O problema é quando eu fico só

Tudo volta e tudo incomoda em minha volta

Pensei em você a tarde inteira

Pensei até me doer a cabeça

O meu barquinho perdeu o rumo

Navegando solitário na banheira



Agora eu me abandono

E nada mais me importa

Talvez seja só porque

Não seja você que me abre a porta

E essa tristeza que decidiu de vez

Não quer mais ir embora



Não sou nem metade de quem era

Quem sabe seja só a falta da espera

Não poder dizer "Bom dia"

É relembrar a cada instante o que me dizia

E um aperto no peito que nunca some

A cada vez que respiro ou lembro seu nome

E o que é pior eu já nem sei

Se é ficar acordado pensando em você

Ou dormir pra esquecer e no meu sonho você aparecer

Agora eu que já não sei onde isso vai dar

Vou tentar juntar forças só pra respirar

Pois só o que se tem a fazer agora é aceitar....

 

O barulho de coisa alguma no silêncio do que é dito

Falar mais do que as próprias palavras querem dizer

Não é desmerecer o peso da voz

Ou sangrar por dentro frente a imagens

É ouvir o que a brisa suave tem a nos dizer

É cantar o dia todo sem dizer uma palavra

É não dormir depois de ver um sorriso

O silêncio chegou com toda sua alegria

E por incrível que se possa parecer

A alegria veio do vazio

O vazio que se faz na voz com um beijo

O vazio que se fez a saudade no encontro

E o vazio que se fez objeto com o desejo

Então te cala e ouve

Ouve o silêncio do bater dos corações

O silêncio dos passos das formigas

Se não tens a falar com a boca fechada

Não terás também o que dizer por ela aberta

Aquieta-te e espera a hora certa

Grite com os olhos e ouça os gritos alheios

Sonhe com a volta, mas não se atrase pra sair

Ouça a dor e atenda aos anseios

Pessa passagem pra que se faça ouvir

O suave bater das asas das borboletas

E o passear das nuvens no céu

Diga adeus pra quem se ama

Pra querer voltar a todo instante

E calar a voz ardente e inquietante

Cala-te e ouve... Ouve o mar, o ar e o chão

Ouve o que já não ouvirdes, o que não é dito

Ouve porque isso sim é que é difícil.

Caderno de Versetas

Versinho I

"A noite traz a beleza do teu sorriso

Esconde um mistério no peito escondido

A Lua brilhante exibe charmosa a luz dos teus olhos

Leva-me contigo oh doce escuridão

A brilhar em teus sonhos"

É Sobre o Tempo [/Euaxo

Andam falando cosias de uma nova era
Dizem que novas coisas estão por vir
Que segredos preciosos cairão
Mas, e o presente?

O agora onde está? Onde está o acaso?
Fui eu que me perdi ou você não se achou?
Se o presente é o passado do futuro
E o futuro ainda não veio, em que tempo eu estou?

Meu passado foi torto e rabiscado
Cheio de páginas em branco, rabiscos e pingos
Tenho saudade, talvez algum remorso e muita vaidade
De tudo que vivi nessa minha longínqua pouca idade

Tristeza, aporrinhações e temores de um lunático em uma tarde ensandecida

Eu tenho que aceitar ficar escondido enquanto eles ficam "expostos"
Acho que isso se chama "não mostrar a felicidade", que mal faz mostrar a todos
o que eu quero que todos vejam ??
As vezes sou ridículo em pensar que isso é passageiro, mas foi passageiro a algum tempo atrás
e quando será que vou ser exibido como uma conquista? Quando vou ser mostrado como aquela vitória suada?
Parece que só eu vejo isso como isso é, pelo menos pra mim. Pensar no que já foi é complicado porque sentimentos remoem minha cabeça
à procura de sanidade e vejo ciúme, raiva, tristeza e dor menos sanidade. Se a loucura está presente eu não sei, eu só sei que
me sinto estranho quando tomam meu mundo nos braços ou quando lançam de um artifícil qualquer pra tentar ludibriar
o que eu chamo de amor, fico enfurecido quando percebo a malícia em certos olhares que a inocência não a deixa perceber
e não quero ser chato mas já não consigo calar e conter minha angústia pois posso ser deposto a qualquer momento do
meu posto e isso seria o fim pois de tudo que eu conquistei foi isso que eu sempre quis e sempre imaginei nunca ter
pois não me achava merecedor de tanto, por isso temo. Temo por não ser o que queres, temo por não ser o ideal pra ti
temo quando suspiras por outro, temo e temo!!!

Não se fazem mais jovens como antigamente!

Sou do tempo em que as pessoas escreviam cartas, davam telefonemas e se abraçavam. A modernidade aproxima pela informação e distancia muito mais o contato.
Sinto falta desse contato, apesar de me render as modernidades. Nunca entendi bem o porquê das pessoas não se tocarem, parece que machuca.
50 anos atrás se você entrasse em um ônibus iria ver que todo mundo se cumprimentava, mas hoje em dia se você pegar um elevador vai ver que as pessoas mal se olham. [/incrível]
Hoje em dia não existem favores e gentilezas, cavalheirismo e romantismo é coisa de otário (lerdo), a valorização das pessoas não é nada mais que passado.
Queria viver hoje como se vivia mais ou menos 15 anos atrás, onde os jovens, até os mais revoltados, respeitavam os mais velhos e a música era tão boa que dava pra se entorpecer só de ouvi-las.
Achei muito interessante comparar os jovens de hoje com os pombos, mesmo podendo voar alto por entre as nuvens insistem em catar as migalhas que estão no chão. Atualmente essa é a minha visão dos jovens, catando migalhas com suas cores e modinhas.
Não existe mais o respeito que havia na minha época, o sentimento mais próximo a isso é o medo.
Toque de recolher? Crime organizado? Crack?
Na minha época isso era coisa de gringo ou no máximo de paulista!!
Pois é, não se fazem mais jovens como antigamente!!

O Ladrão, o Poeta e o Amor

Há quem queira iluminar vidas

Há quem queira iludir os que levam o mundo

E a vida nas costas da dor

Há pessoas más que distorcem

Palavras retorcidas do que seria amor

Os idiotas amam distorcendo

O que seria o sentido da dor

Expectativas criadas por quem sente

Decepções sentidas por quem mente

Solidão ouvida só na sua mente

Saudade sentida de quem está presente

Sair sem destino

Rodar sentindo o vento

Sair e sentir medo

Aproveitar cada momento

Por que as pessoas fazem isso?

Por que isso faz tão mal?

Por que o mal corrompe

Quem só não queria ser igual?

Assim, com a fadiga do tempo

O veneno corre no sangue temeroso

Dos corrompidos pelos sentimentos

Amores impossíveis se concretizam

Nos eternos abraços dos lábios

E com ardor generoso

Entregam-se fácil aos acontecimentos

Que os pensamentos imobilizam

E do amor nos tornam sábios.